%0 Journal Article %T POR UMA GEOGRAFIA DOS OUTSIDERS: INTERPRETA O E APLICA O DA LEI 10.639 NA REDE MUNICIPAL DE ARMA O DOS B¨²ZIOS EM SUA RELA O COM A COMUNIDADE REMANESCENTE DO QUILOMBO DA RASA %A Thyago Faria de Ara¨²jo %J Revista Tamoios %D 2013 %I Universidade do Estado do Rio de Janeiro %X Reconhecer que as rela es raciais marcam o espa o ¨¦ colocar em discuss o que h¨¢ toda uma trama social a desenvolver um padr o de rela es de poder que tem na ra a um princ¨ªpio de organiza o s¨®cio-espacial. Talvez a escola seja um dos espa os primordiais para o desenrolar desta pr¨¢tica, uma vez que ¨¦ nela que o indiv¨ªduo aprende a con-viver com o outro, a ver o outro e se ver no outro. Por isso torna-se importante analisar como o negro e ¡°seus espa os¡± s o representados no mundo da educa o, pois o que se ensina (ou se deixa de ensinar) sobre os espa os grafados pela popula o negra contribui para cria o de subjetividades sobre a mesma. ¨¦ nesse sentido que o ensino sobre Quilombo se configura como importante estrat¨¦gia, principalmente nas escolas situadas pr¨®ximas ¨¤s comunidades remanescentes, para uma educa o que atenda ¨¤s demandas destas, onde a escola passa a ser um instrumento de luta pelo territ¨®rio, apontando para a valoriza o da identidade, dos modos de vida, costumes, tradi es, lutas e saberes quilombolas. Pretende-se neste trabalho, portanto, analisar a experi¨ºncia de aplica o da Lei Federal 10.639/03 nas escolas municipais que atendem as crian as e jovens da comunidade remanescente do quilombo da Rasa, no munic¨ªpio de Arma o dos B¨²zios, cuja rede ¨¦ a ¨²nica no Estado do Rio de Janeiro a criar uma disciplina, intitulada ¡°Estudos Afro¡±, para aplicar a referida Lei. Para isso analisei duas escolas situadas no bairro da Rasa, ¨¢rea perif¨¦rica, com popula o predominantemente negra e onde est¨¢ presente a comunidade remanescente de quilombo. Portanto o interesse ¨¦ analisar qual o rebatimento desta experi¨ºncia nos m¨²ltiplos atores inseridos nesse processo: Secretaria de Educa o, equipe pedag¨®gica das escolas, professores, alunos e a comunidade quilombola. A metodologia se desdobra em tr¨ºs dimens es apontadas por Andr¨¦ (1995) sobre a complexidade do cotidiano da escola: i) a institucional ou organizacional, verificando as formas de organiza o do trabalho pedag¨®gico; ii) a instrucional ou pedag¨®gica, atrav¨¦s da compara o da matriz curricular e do curr¨ªculo praticado da disciplina criada e da an¨¢lise do posicionamento dos professores de Geografia diante deste processo; iii) a sociopol¨ªtica/cultural, apontando a configura o s¨®cio-espacial em que as escolas est o inseridas. Nesse sentido, se faz necess¨¢rio para isto uma discuss o sobre a realidade s¨®cio-espacial e a hist¨®ria local do bairro, para entender como processos pret¨¦ritos contribu¨ªram para uma s¨¦rie de transforma es no l¨®cus, configurando embates em torno do territ¨®rio, os quais consti %U http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tamoios/article/view/1705