%0 Journal Article %T Tortura e defini o lexicogr¨¢fica: uma an¨¢lise discursiva %A Andrea Jeronimo da SILVA %J Entrepalavras : Revista de Lingu¨ªstica do Departamento de Letras Vern¨¢culas da UFC %D 2012 %I Universidade Federal do Cear¨¢ %X Considerando o dicion¨¢rio enquanto objeto discursivo que estabelece uma rela o entre l¨ªngua, sujeito e hist¨®ria na constitui o do discurso lexicogr¨¢fico, investigamos as defini es lexicogr¨¢ficas dos termos dados aos instrumentos e/ou modos de tortura praticados contra presas pol¨ªticas (MERLINO; OJEDA, 2010) durante o regime militar ocorrido no Brasil entre os anos de 1964-1985. Partimos do entendimento de que os dicion¨¢rios carregam ideologias (PONTES, 2009), constituindo-se em documentos n o transparentes e que apontam modos de produ o de conhecimento em determinadas conjunturas s¨®cio-hist¨®ricas, tecendo efeitos de sentido para os sujeitos e para a hist¨®ria desses sujeitos. A pesquisa foi feita em um dicion¨¢rio de L¨ªngua Portuguesa, a saber, Ferreira (2004), e foi pautada nas considera es de Fairclough (2001), que percebe o discurso como pr¨¢tica pol¨ªtica e como pr¨¢tica ideol¨®gica. Segundo esse autor, como pr¨¢tica pol¨ªtica, al¨¦m de estabelecer, manter e/ou transformar as entidades coletivas com rela es de poder entre si, o discurso estabelece, mant¨¦m e/ou transforma as rela es de poder, no plano mais geral da sociedade. Como pr¨¢tica ideol¨®gica, mostra como, a partir de posi es diferentes nas rela es de poder, os significados do mundo s o constitu¨ªdos, naturalizados, mantidos e/ou transformados pelo discurso. Os primeiros resultados desse estudo indicaram a aus¨ºncia de aspectos sociais, hist¨®ricos e afetivos no significado l¨¦xico, o que contribui para a perman¨ºncia de um sil¨ºncio que inibe sentidos que se quer evitar, propondo limites discursivos. Indicaram, ainda, um silenciamento acerca de alguns desses termos no referido dicion¨¢rio, tendo em vista a inexist¨ºncia percebida. %K Discurso lexicogr¨¢fico %K Ideologia %K Tortura. %U http://www.entrepalavras.ufc.br/revista/index.php/Revista/article/view/102