O exercício da imagina o geográfica e a cartografia escolar: práticas educativas com mapas através de Atlas Escolares Municipais

Nossa proposta é pensar as práticas educativas com mapas através de Atlas Escolares Municipais como exercício da imagina o geográfica, o que sup e oralidade e a visualidade e, o mapa como suporte operatório e imagético. Porque a composi o visual do lugar ou a sua visualiza o é sempre um exercício de imagina o geográfica, ou seja, um movimento de abstra o, de distanciamento do mundo objetivo em dire o à nossa própria subjetividade para nos tornarmos sujeitos deste mundo, dos seus territórios. Por isso, precisamos tomar distancia deste mundo para podermos pensar sobre ele. Por outro lado, segundo Flusser (2008) o que é visto subjetivamente precisa ser comunicado, por isso, a cultura ocidental pode ser considerada como uma tentativa de “explicar a imagina o, de explicar as imagens”. O mundo contemporaneo resulta do desenvolvimento do pensamento que parte da imagina o, colocada sob suspeita, em dire o ao conceito para apreender o real. No entanto, este desenvolvimento nos coloca em uma situa o inédita: a imagina o n o está mais sob a crítica da raz o, ao contrário, através das imagens e da nossa capacidade imaginativa estamos aprendendo a lidar com o mundo conceitual, ou ainda, nos tornando sujeitos capazes de recriar um mundo objetivado de fatos e imagens. Ao se organizar pelo princípio da objetividade, o mundo se tornou desumanizado, desencantado. A raz o ardilosa teria nos levado a becos sem saída ao descobrir a arbitrariedade dos signos, segundo a Escola de Frankfurt. Para Paul Virilio (2002), o mundo povoado pelas imagens tecnológicas estaria nos privando do contato com o mundo físico e material. Neste contexto em que o espa o se torna imagem, mapa e, podemos caminhar por ele sem caminhar, torna-se imprescindível aos leitores das superfícies agarrarem-se como viajantes a top nimos conhecidos no mapa de um mundo por descobrir, ou também, escavar as superfícies planas dos mapas até encontrar as for as expressivas da vida.