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Letras de Hoje 2011
Mundus imaginalis na poesia de Cecília Meireles =Mundus imaginalis in the poetry of Cecilia MeirelesKeywords: POESIA BRASILEIRA , MEIRELES , CECíLIA - CRíTICA E INTERPRETA O Abstract: Já nos primeiros livros de Cecília Meireles, é possível identificar, em alguns poemas, a alus o periódica a um “Centro” (axi mundi), um lugar intermediário, temporariamente alcan ado pelo Eu-lírico, o qual concentra em si a plenitude e a energia da fonte da Vida, permitindo a intui o do Inteligível ou Absoluto. Esse ponto de intersec o é chamado, por Henry Corbin, de mundus imaginalis, valendo-se do latim para traduzir a express o árabe do sufista andaluz Ibn Arab . Esse mundo intermediário – das Ideias-imagens, das Figuras-arquétipos, dos corpos sutis, da “matéria imaterial” – situar-se-ia entre o universo apreensível pela pura percep o intelectual (o universo das inteligências querubínicas) e o universo perceptível pelos sentidos. Os poemas “Medida da significa o”, do livro Viagem (1939), e “O enorme vestíbulo”, de Retrato natural (1949), ilustram essa figura o na poesia ceciliana, presente até, e sobretudo, no seu último livro: Solombra (1963). Dès les premiers ouvrages de Cecília Meireles, il est possible d’identifier dans certains des poèmes l’allusion périodique à un “centre” (axi mundi), un lieu intermédiaire, temporairement atteint par le Moi-lyrique, qui contient en soi la plénitude et l’énergie de la source de la Vie et permet l’intuition de l’Intelligible ou de l’Absolu. Henry Corbin nomme ce point d’intersection mundus imaginalis; il se vaut du latin pour traduire l’expression arabe du soufi andalou Ibn Arab . Ce monde intermédiaire – des idées-images, des figures-archétypes, des corps subtils, de la “matière immatérielle” – se situerait entre l’univers saisissable par la pure perception intellectuelle (l’univers des intelligences chérubiniques) et l’univers perceptible par les sens. Les poèmes Medida da significa o [Mesure de la signification] du livre Viagem (1939) et O enorme vestíbulo [L’énorme vestibule) de Retrato natural (1949) illustrent cette figuration propre à l’auteur, particulièrement présente dans son dernier ouvrage: Solombra (1963). $$bfre
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