Sobre tradu o feminista (ou de gênero?) no Brasil: algumas considera es

O entrela amento entre gênero e tradu o foi alvo de uma pesquisa baseada em corpus da qual este artigo é um recorte. Tomando por base os aportes teóricos da Análise do Discurso e da Desconstru o objetivou-se investigar a presen a de tradu o de gênero no contexto brasileiro, a partir de recortes discursivos de tradutoras brasileiras a algumas perguntas enviadas por e-mail para duas listas de tradu o que circulam no Brasil. O pressuposto teórico fundamentou-se na prática já existente de uma tradu o preocupada com o gênero no contexto da tradu o bíblica e também no ambiente quebeco-canadense, local em que desde a década de 1970 a rela o gênero/tradu o vem sendo praticada, discutida e problematizada. Tentou-se identificar na materialidade linguística e nas forma es inconscientes que irrompem dessa materialidade indícios da constitui o do imaginário dessas tradutoras sobre o que seja tradu o de gênero. As representa es de tradu o que emergiram da fala das tradutoras apontam, no geral, para os sentidos das lutas sociais vinculadas aos movimentos feministas. De modo específico, tais representa es s o imaginarizadas como express o de criatividade e autoria, mesclando-se para instituir momentos de identifica o aliados à singularidade das tradutoras. Assim, apreende-se que há vestígios de tradu o de gênero no dizer sobre tradu o, como também emergem desse dizer efeitos de sentido que apontam para uma constitui o identitária das tradutoras já inseridas no contexto de um emprego de uma linguagem mais inclusiva de gênero nas tradu es por elas praticadas, contribuindo para a constru o da igualdade de gênero pela prática de tradu o.