Representa es e identidades elaboradas por profissionais do sexo em um folhetim

O presente artigo pretende analisar as representa es sociais da prostitui o, construídas no folhetim Mariposa: uma puta história, produzido por profissionais do sexo de Porto Alegre, com o auxílio de uma jornalista e de uma psicóloga e publicado em uma revista de cultura do Rio Grande do Sul. Por meio da análise de conteúdo dos capítulos do folhetim, que foram publicados até julho de 2008 e da observa o das reuni es em que a história é elaborada, procura-se compreender o processo de constru o de uma prostituta fictícia por prostitutas reais. Ao considerar os sujeitos como compostos por múltiplas identidades, busca-se identificar quais s o as identidades que as profissionais do sexo atribuem e emprestam à sua personagem. Através do folhetim, as integrantes do projeto buscam desconstruir os preconceitos de que s o alvo, apresentando uma personagem que, como a maioria das pessoas, possui uma casa, uma família, realiza tarefas domésticas, estabelece relacionamentos amorosos e alimenta sonhos e aspira es. Conclui-se, ent o, que as autoras de Mariposa: uma puta história representam-se como mulheres que assumem diversos papéis na vida cotidiana, transitando entre distintas identidades. Ao relatarem em uma história ficcional como vive quem trabalha como prostituta, pretendem diminuir o estigma que cerca esse grupo profissional.