O estranhamento do banal: a poética magritteana sob um olhar psicanalítico

O presente artigo pretende construir possíveis rela？？es entre a psicanálise e algumas das obras mais inquietantes de René Magritte (1898 – 1967), mantendo consonancia com a curadoria de uma exposi？？o sobre o artista, chamada “Magritte: The Mystery of the Ordinary”. Para tanto, além de nos debru？armos sobre materiais de comentadores e críticos da obra do pintor, investigamos também os textos produzidos pelo próprio Magritte, nos quais o pintor versa sobre conceitos fundamentais para a compreens？o de seu pensamento artístico: emo？？o estética, poética, mistérios do cotidiano, estranhamento (ressoante ao Umheimlich freudiano). Tivemos aqui o cuidado de manter alguma distancia de interpreta？？es superficiais e reducionistas, que simplesmente aplicassem a psicanálise à obra de arte. Portanto, buscamos construir uma leitura crítica, atenta aos detalhes e atravessamentos que percorrem as obras de arte, evidenciando as implica？？es ali presentes e propondo aproxima？？es entre a obra de Magritte e a teoria psicanalítica